POESIAS
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A CEGONHA X
Daquele lago á beira≠ ha muito tempo, existe
Em meio á passarada alegre, o vulto lindo
De uma cegonha triste, immensamente triste,
A contemplar o azul nas aguas reflectindo.
Parece que padece e vive ali carpindo
Um mal, um grande mal, um mal que não resiste
O seu corpinho tenro... E, em canticos lhe rindo.
A passarada em tôrno ao seu tormento assiste!
Ella sente talvez um martyrio mendonho...
E não clama e não chora e não falla e não diz
Qual a causa da dôr que a tornou infeliz!
Eu que vivo tambem pensativo e tristonho,
Quando a contemplo assim meditativa e calma,
Chego a crer que me vive uma cegonha na alma.
Bahia, Setembro, 928
CGM-A cegonha
Manuscrito (CGM) do Caderno Lágrimas (f.23r).
O título encontra-se centralizado na linha 1, após há uma possível marca de conferência: “x” escrito a lápis.
À linha 20, consta “Bahia, Setembro, 928”.
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Esta plataforma foi desenvolvida por Tainá Matos Lima Alves Boaventura como parte integrante do projeto de doutorado, intitulado Hiperedição do livro Flôres e espinhos de Eulálio Motta, vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos, da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Trata-se de uma publicação com propósitos estritamente acadêmicos e sem fins lucrativos. Em atendimento às exigências da Lei 9.6110/98 e do parágrafo 4º do Artigo 184 do Código Penal, o responsável por este projeto coloca-se à disposição, através do e-mail: floreseespinhos2024@gmail.com para dirimir qualquer dúvida referente à eventual violação de direitos autorais, comprometendo-se desde já, a retirar do projeto qualquer documento que fira direta ou indiretamente os direitos de qualquer pessoa.
Essa plataforma faz parte da tese de doutorado Hiperedição do livro Flôres e espinhos de Eulálio Motta, desenvolvida por Tainá Matos Lima Alves Boaventura, no âmbito do Programa de Pós-graduação em Estudos Linguísticos / UEFS, 2024.
Daquele lago à beira , há muito tempo existe
Em meio à passarada alegre, o vulto lindo
De uma cegonha triste, imensamente triste,
A contemplar o azul nas águas refletindo.
Parece que padece e vive ali, carpindo
Um mal, um grande mal, um mal que não resiste
O seu corpinho tenro... E, em cânticos lhe rindo!
A passarada em torno ao seu tormento assiste!
Ela sente, talvez, um martírio medonho...
E não clama, e não chora e não fala e não diz
Qual a causa da dor que a tornou infeliz!
Eu que vivo também pensativo e tristonho,
Quando a contemplo assim meditativa e calma
Chego a crer que me vive uma cegonha na alma.
Bahia, Setembro, 928
São mantidas as interpolações, os lapsos do autor, a ortografia, a acentuação e registram-se todas as correções, emendas, rasuras e acréscimos, com a utilização (quando necessários) dos seguintes símbolos:
{ } seguimento riscado, cancelado;
{†} seguimento ilegível;
{†} / \ segmento ilegível substituído por outro legível na relação {ilegível} /legível\;
{ } / \ substituição por sobreposição, na relação {substituído} /substituto\;
{ } [↑] riscado e substituído por outro na entrelinha superior;
[↑] acréscimo na entrelinha superior;
[→] acréscimo na margem na margem direita;
[←] acréscimo na margem na margem esquerda;
[↑{ }] acréscimo na entrelinha superior riscado.
Na descrição física, para a identificação dos testemunhos dos poemas, optou-se por seguir os critérios estabelecidos por Barreiros (2009) para identificação do código do texto no acervo e por Boaventura (2018) para a identificação do código na edição:
Para a identificação dos testemunhos na descrição e aparato crítico-genético, estabeleceu-se o seguinte código:
a) quando o título do poema se compõe de apenas uma palavra utilizou-se, em maiúsculo, a primeira letra das duas primeiras sílabas. Exemplo: Junho torna-se JN;
b) quando se compõe de mais de uma palavra, utilizaram-se as iniciais das duas primeiras palavras em maiúsculo. Exemplo: Volta, querida torna-se VQ;
c) d) quando há mais de um testemunho em livro ou em manuscrito, acrescentou-se um número arábico em ordem crescente para facilitar a identificação.
d) para os textos com mais de um testemunho, após as letras que identificam o título do soneto, acrescentam-se as letras L para livro, M para manuscrito, D para datiloscrito, J para jornal, R para recorte, que, quando não identificado, é seguido por um ñ. Exemplo: VQL.
Ao adequar a transcrição semidiplomática para a hiperedição, esses símbolos foram adaptados para marcação em tags através da codificação HTML, como por exemplo, para sinalizar parte do texto riscado e substituído na entrelinha superior, substitui-se o símbolo{ } [↑] pelas tags <s> </s>, que simula o segmento riscado, e <sup> </sup> que simula o acréscimo na entrelinha superior, resultando na seguinte visualização por parte do leitor usuário: segmento riscado e acréscimo na entrelinha superior.
Bahia, Abril de 1928
ESQUECIDA…
Ella talvez não me conheça mais
Quando me vir… Depois de tantos annos,
Se esquecem risos, não se lembram ais…
Tudo parece á luz de outros enganos…
Os caprichos do tempo são fataes…
Glória, desgraças. Crenças, desenganos,
Tudo morre… Depois de tantos annos,
Ella talvez não me conheça mais…
Ella esqueceu de tudo… Ella esqueceu
Que, com o zelo maior de minha vida,
Guardo a cartinha que ella me escreveu…
No seu modo de ver, tudo acabou…
E eu, quando, a vir, assim, tão esquecida,
Lembrarei tudo que entre nós passou…
Trata-se de um manuscrito…..
ESQUECIDA…
Ella talvez não me conheça mais
Quando me vir… Depois de tantos annos,
Se esquecem risos, não se lembram ais…
Tudo parece á luz de outros enganos…
Os caprichos do tempo são fataes…
Glória, desgraças. Crenças, desenganos,
Tudo morre… Depois de tantos annos,
Ella talvez não me conheça mais…
Ella esqueceu de tudo… Ella esqueceu
Que, com o zelo maior de minha vida,
Guardo a cartinha que ella me escreveu…
No seu modo de ver, tudo acabou…
E eu, quando, a vir, assim, tão esquecida,
Lembrarei tudo que entre nós passou…
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Manteve-se a classificação (poesias) utilizada pelo autor na divisão das formas poéticas no texto original.
Poemas que possuem apenas um registro de escrita.
{ } seguimento riscado, cancelado;
{†} seguimento ilegível;
{†} / \ segmento ilegível substituído por outro legível na relação {ilegível} /legível\;
{ } / \ substituição por sobreposição, na relação {substituído} /substituto\;
{ } [↑] riscado e substituído por outro na entrelinha superior;
[↑] acréscimo na entrelinha superior;
[→] acréscimo na margem na margem direita;
[←] acréscimo na margem na margem esquerda;
[↑{ }] acréscimo na entrelinha superior riscado;
[↑{†}] acréscimo na entrelinha superior ilegível;
[↑{ }/ \] acréscimo na entrelinha superior riscado e substituído por outro na sequência;
[↑{†} / \] acréscimo na entrelinha superior ilegível e substituído por outro na sequência;
[*↓] parte do texto localizada à margem inferior indicada pelo autor através de seta, linha ou números remissivos;
[*(f. ou p.)] parte do texto localizada em outro fólio ou página indicada pelo autor a partir de números e letras remissivos ou anotações. Nesses casos, o número do fólio ou da página aparece entre parênteses;
Vale ressaltar que ao adequar a transcrição semidiplomática para a hiperedição, esses símbolos foram adaptados para marcação em tags através da codificação HTML, como por exemplo, para sinalizar parte do texto riscado e substituído na entrelinha superior, substitui-se o símbolo{ } [↑] pelas tags <s> </s>, que simula o segmento riscado, e <sup> </sup> que simula o acréscimo na entrelinha superior, resultando na seguinte visualização por parte do leitor usuário: segmento riscado e acréscimo na entrelinha superior.
Ao jovem poeta Júlio Vieira de Sá
Ao espirito inteligente de Carlos Barretto
EULÁLIO MOTTA
Bahia, 15-8-927
Ao meu distinto e talentoso amigo Antonio da Silva Garcia
Poemas que possuem mais de um registro de escrita.
Bahia, Dezembro de 928.
EULÁLIO MOTTA
Hoje te vi na rua...Alguém passava
Contigo e eu vi-te...Que desilusão!
A uma melindrosa
Bª, Junho 928
Bª, março de 929.